quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Luis Correia

                                                                   Luís Correia
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              São quase  7 horas da manha e ao chegar junto a fabrica da Exportadora verifico que a porta da taverna da Tia Rosa  se encontrava o  José Galhardo .
                 Consoante  eu me adiantava para virar para a rua da Sociedade Frigorifica  o José atravessou a rua e disse me
Manuel quero falar contigo ...
Entretanto eu parei e encostando o meu cotovelo esquerdo contra a parede da fabrica aguardei o que ele me queria dizer , contudo fiquei de sobre guarda  pensando que do José Galhardo  tudo poderia acontecer .
Manuel então tu mandaste me de castigo para casa...
E enquanto me dizia isto viu o recuar um pouco e de seguida saltando em voou  vi a cabeça dele vir em direcção da minha cara  , Instintivamente com a palma da mão desviei a cabeça dele da minha cara e vi o José cair de rojo nas pedras da calcada . Ele ficou de tal modo que lhe custava a levantar .           
             Disse lhe José estou com pressa e continuei a seguir na direcção da  fabrica  que trabalhávamos.
         
Eu tinha pensado dar lhe dois dias de castigo mas depois do que se tinha passado mudei de opinião e quando o Carlos Vicente chegou  dirigi me a ele e disse lhe
          Carlos , o José Galhardo  veio ter comigo antes de eu entrar ao trabalho e a partir de agora  ele terá que ser castigado por mais tempo do que eu queria mas por favor se alguém o tentar despedir  chama me imediatamente  .
          Fui junto do nosso camarada José  Gregório e disse que arranjasse uma camarada nossa para ir a casa do José Galhardo  e dizer  a Senhora Adelaide Mulher do José que viesse todos os dias  a fabrica para lhe darem  uns peixes para o almoço  enquanto o marido estivesse de castigo .
          Encarregou se de dar o peixe para a caldeirada o José Gregório  e sempre que ela aparecia
descuidava se sempre e enchia uma grande alcofa que ela  usava quando estava na ribeira a candonga  e acabava sempre da vazar a caixa de peixe que já estava preparada quando ela chegava  
        Durante os dias  , seis que o José esteve de castigo eu quando ia ao escritório por razoes de serviço , achava graça que todos que la trabalhavam enquanto eu la estava não mexiam uma palha talvez esperando quando eu lhes dizia algo acerca do castigo que tinha aplicado ao José Galhardo
mas eu nunca disse nada ao Sr Luís Correia ou a alguém do escritório .
        Ao fim dos seis dias a mesma colega nossa foi a casa do José dizer lhe que ele já podia regressar ao trabalho  e a partir desse dia nunca  mais houve nenhum problema com algum
camarada nosso durante mais de dois anos e meio que trabalhei como encarregado do mercado externo , tendo sido respeitado por todos que em conjunto formamos  o grupo de trabalho da Sociedade Frigorifica de Peniche
Apesar de ser um caso muito falado principalmente em Peniche  de Cima  eu ter dado  castigo a um companheiro de trabalho para dentro das paredes da fabrica , nem o Sr. Luís  Correia ou alguém no escritório me fizeram a mais pequena alusão ao que tinha acontecido .
          Quando me despedi um a um dos meus colegas ao fim de mais de dois anos de trabalhar mos em conjunto foi uma manifestação de respeito e carinho que durante esse tempo tivemos em comum  que me deixaram muito sensibilizado.
           O José Galhardo nunca  me pediu desculpa do que sucedeu ,somente um dia  me disse ...
                   Eu julgava que as outras pessoas eram minhas amigas mas afinal  tu e que foste meu amigo ....
           Mais recentemente encontrei me  com a Senhora Adelaide , Mulher do José Galhardo  nos serviços de assistência da Câmara na Sala do Cidadão ?  e perguntei lhe se ainda me conhecia ,respondendo me ela , com um sim senhor ,  com um sorriso nos lábios .
            Anteriormente há cerca de dois anos  e depois de se finalizar a cerimonia de um enterro de pessoa Amiga e quando saia da porta do cemitério de Peniche , pareceu’me que uma Senhora tinha esperado por  mim conjuntamente com outras  e levantando   ambas as mãos e erguendo  os dois polegares disse me para mim ,         Foi um grande camarada !!!! Não parei para agradecer tão caloroso cumprimento , tinha que partir de Peniche para Lisboa aonde era aguardado por outras pessoas e também não a reconheci localmente e só passado uns dias depois fiquei  a saber quem era e lamentavelmente não a consegui localizar novamente  .
             Essa Senhora chama se  Idalina e e irmã da Rosinda  que chegou a ser Mestra la na fabrica  e Mulher do Baptista também meu Amigo que moram no lugar do Casal da Vala
  Manuel Joaquim Leonardo
Peniche Vancouver Canada

P. S.
Num ultimo   episódio darei por finalizada esta pequena Homenagem a um Grande Homem de Peniche

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